Bluuu.. ;D~

Sunday, July 02, 2006

Debaixo do tapete.

A menina perdeu o tic-tac. Foi procurar no sonhos para ver se encontra, mas não consegue lembrar-se de seus sonhos ao acordar. Perdeu os sonhos. Também.

Um dia, andando pelo beco da rua Sra.Quenãofoi, viu um brilho, esplendoroso brilho(embaçado um pouco por causa de sua progressiva miopia). Jogou a pedra que segurava para cima. Maneta, anxieta: boba. Esqueceu-se que a pedra voltaria, talvez às 3:51 am., mas isso é irrelevante agora. Se aproximou do brilho, fechou um olho: o brilho desapareceu. Abriu o olho e fechou o outro: o brilho reapareceu. Gira sua cabeça 43º para a esquerda: vê um homem martelando uma chave enferrujada. Se aproxima mais e mais do brilho, na esperança que seja o tic-tac.
Agora só faltam 7 passos e meio para o refletor de luz que se encontrava perto da calçada, ao lado do boeiro.

A noite estava fria e bonita. O céu completamente negro, era um felino. Um felino que tem brilhinhos verdes e intensos: a primeira vez que olhou uma lagartixa de perto, a bicha com o coração na boca, passa uma aranha Jack. Sim, caro leito, a narradora está enganando-te, fugindo do assunto para não contar o trágico final. Final há?

Seis...cinco...quatro... E o homem agora limpava o nariz com a chave. Ocachorro urinava na árvore, não devia ter comido carne crua! Derepente cutuca-a na nuca, a cutucou tão forte que ficou com vergonha de olhar para trás: um olhar espião. O que seria? Apenas uma impressão? Ou alguém querendo roubar-lhe o brilhoso? Seria um respeitável corrupto careca gordo homem com tatuagem de ursinho nas nádegas? Ficou paralisada. O martelador e faxineiro homem também parou: cara de espanto e baba caindo. O cachorro saiu grunindo "caim caim".

A rua estava deserta de outras pessoas, apenas olhos felinos no céu e olhos nuquinos na nuca. A menina voltou a andar: melhor ver o brilho logo, se for o tic-tac pegá-lo e ir embora para casa descansar a carne. Até que enfim! Estava em pé perto do brilho, que não brilhava mais , agora só precisava agaixar e pegar o objeto. Oh sim! Era o tic-tac fujão! Estava roxo como antes, mas com uma cara de trapassa sustenida e olhar lânguido de conquistador.

A trilha sonora começa tocar tã-tã-tã...

A menina sorri, afinal estava num filme de Hitchcock, e ainda por cima era protagonista, ela não esperava isso para os seus próximos 41 anos de vida. Vida que terminaria com excesso de antidepressivo(à base de Lítio) e morfina no organismo; o que importa é que estaria vestida com meias xadrezas de 1,99. Outra informação, o nome do filme foi escolhido por ela, nome que se orgulharia pelo resto da vida: "O punhal no elefante debaixo do tapete" . Sabe-se, esse título tira a emoção da anedota qual foi inspirado:

"O que diz o Tarzan quando vê uma manada de elefantes no horizonte?
Vejam, uma manada de elefantes no horizonte !"

Oh nããããão!!! Que narradora desastrada! Demorou tanto para contar o final que não há.... A menina ficou parada esperando para encenar, mas é assim mesmo: o tic-tac foi fazer parte do felino relusente. Não, você não leu errado, é osmose.

Osmose fez com que o tic-tac trapasseiro tirasse o final feliz, o que não deixa de ser um temporário final, para alguns, mas começo para outros como o martelador: fez grandes negócios, se aproveitando da situação. O carro passou buzinando, adeus olhar núquico. Onde está a pedra? Aham!! Malandrosa, quem mandou ser apenas um meio, nem começo, nem fim?



(camile)